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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Estatuto Racial

Por eduardo matheus.



Hoje convivemos num mundo onde o Estado tem feito medidas para que as diferenças sejam respeitadas, uma dessas medidas foi a criação do Estatuto Racial nos anos 90, porém as regras postas ali não estão sendo respeitadas nem pelas escolas e instituições públicas.
O Estatuto Racial como escrevi tem a proposta de igualar as culturas negras e brancas dentro da escola, entretanto essa norma não é respeitada. 
Dentro do estatuto prevê que as escolas públicas estaduais e municipais terão que ensinar a história geral da áfrica e do povo afriacano, mas eu te pergunto o que nós aprendemos sobre a áfrica? 
NADA porque para a sociedade brasileira burguesa não admite que os negros tem um importante papel na nossa história principalmente a econômica e também social. Porque a marinha tremeu quando João Cândido Felisberto líder da Revolta da Chibata foi condecorado? 
E batemos na mesma tecla os negros ainda são descriminados e humilhados!
Infelizmente essa política não respeitada quebra toda a tradição africana urbana como a dança, a capoeira a culinária e pricipalmente a música que e classificada como de favelado, alguém me justifique porque de favelado se essas mesma músicas chamadas de rap criticam o sitema e o Estado, porque são de favelado, sendo que tem o FUNK uma poluição sonora na qual instiga a pedofilia e a outros crimes, porque então o Estado não dá apoio aos cantores de rap? 
Porque não querem a cultura periférica nas ruas, na elite, e simplesmente isso além de descriminação e respeito o Estado infelizmente fabrica a aversão a outras culturas principalmente as africanas e periféricas.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Novo Canal de divulgação das artes periféricas= agencia ato

"Tudo nosso, nada nosso!"A história do menino que nasceu em Minas, sofreu a violência do pai, foi preso duas vezes, vivenciou o tráfico, foi pai aos 17 anos, indiciado contra tentativa de homicídio e através do rap conseguiu superar todo o seu passado.







 Nascido em 16 de agosto de 1981, na cidade de Januário, Minas Gerais, a história de Adilson Rodrigues conhecido como Negro Dhill se parece com a realidade de muitos cidadãos de São Paulo. O filho mais velho de dois irmãos, viveu até os 5 anos de idade na cidade de Januário em Minas Gerais. Aos 6 anos de idade, foi devolvido junto com os dois irmãos ao pai pela mãe, devido a dificuldades de encontrar um emprego e também por não encontrar um companheiro “homem não quer mulher com seus filhos”, afirma Dhill. Quando voltou para a casa do pai, descobriu que ele já estava morando com outra mulher, e que os filhos da nova mulher de seu pai, também moravam lá “além de cuidar dos meus irmãos tinha que cuidar dos outros também”, conta Dhill.
Irmão superprotetor
Sempre foi muito ligado aos irmãos, então sempre que acontecia algo, ele colocava a culpa sempre em si mesmo, para livrar os outros irmãos de apanharem.  Aos 7 anos era obrigado a vender produtos na rua junto com seus irmãos, e quando não vendiam  apanhavam do pai. A partir deste momento Dhill começou a roubar “na verdade pegávamos emprestados, só que não devolvíamos”, conta Dhill. Fugiu de casa aos 9 anos de idade, com medo de apanhar do pai novamente, trabalhou lavando carros, acabou sendo preso duas vezes, fugiu essas duas vezes que ficou na Fundação Casa (antiga Febem). Quando fugiu queria encontrar a mãe, o que ele não sabia foi que quando fugiu de casa ara poder encontrá-la ela tinha chegado à cidade para visitá-los.
A busca pelo filho
A mãe de Dhill espalhou alguns cartazes com a foto dele, para ajudar na busca. Um colega de Dhill viu o cartaz e disse que tinha uma mulher o procurando “pensei comigo: é a minha mãe!”, lembra Dhill. Ele trabalhou bastante naquele dia para conseguir comprar um cartão telefônico e ligar para a mãe para dizer que estava esperando por ela. “A pessoa que atendeu ao telefone, não soube passar o recado para minha mãe e quando ela ouviu falar de mim, não agüentou e desmaiou”, conta Dhill. Finalmente Dhill encontrou com sua mãe, e voltou a morar com ela, porém quando voltou descobriu que a mãe estava morando com outro homem, e o novo marido dela já tinha um filho, e o trouxe para morar na casa “ele dever ter pensando: se o filho dela pode morar aqui, o meu também pode”, explica Dhill. Então começaram a ter uma amizade, Dhill e o filho do seu padrasto.
O filho do padrasto de Dhill já tinha uma vida vasta de envolvimentos com tráfico, e se interessou; foi se aprofundando nas drogas. Até que o irmão mais velho deles dois que morava em São Paulo, descobriu e chamou a atenção dizendo que se eles quisessem ser “malandros” que não podiam ser consumidores e sim fornecedores. Dhill conquistou uma fama, tinha amigos que compravam brigas, apanhavam por ele. Um bom tempo depois, o padrasto e a mãe de Dhill começaram a ter diversas discussões por conta dele, e acabaram se separando. A mãe de Dhill começou a falar que culpado da separação dela com o marido era ele. Aos 14 anos, Dhill resolveu seguiu sua própria vida. Ficou sabendo que o padrasto, havia batido em sua mãe e não deixou por menos “eu queria matá-lo e ele queria matar a mim”, lembra Dhill.
Nada disso aconteceu, o fato foi que o padrasto de Dhill, sofreu um acidente de bicicleta e bateu a cabeça em uma guia e faleceu. A mãe dele perdeu o direito de ter a casa, pois havia abandonado a casa, quando houve a briga. Após isso Dhill foi embora junto com a mãe para o Paraná e lá voltou ao tráfico novamente. Sua reputação perante os consumidores de drogas estava caindo, por causa de um homem que comprou a droga, mas não pagou e disse que não pagaria também. O irmão de Dhill ficou sabendo e veio de São Paulo, para poder ajudar o irnão. Chegando no Paraná, o irmão de Dhill disse que tinha um presente para ele “quando cheguei até o carro tinha um pacote, desembrulhei e era uma 380”, conta Dhill. Seu irmão disse que se o cara não pagasse a dívida dele com Dhill que ele teria de matá-lo e mesmo se ele o pagasse teria de dar um fim na vida do devedor. Dhill então aceitou o conselho do irmão, foi até a casa do devedor, mas este lhe recebeu muito mal, então saiu em disparada e Dhill estava atrás atirando, porém nenhum tiro pegou no devedor. Acabou que Dhill não conseguiu encontrar o devedor, pois este caiu no rio e nunca mais ninguém o viu. A família do devedor achou que Dhill havia o matado, e disseram que iam chamar a polícia. O irmão de Dhill o trouxe para São Paulo, até que o caso fosse esquecido.
Os envolvimentos
Em 1998, Dhill descobriu que o devedor havia falecido. Dhill voltou para o Paraná, e quando chegou foi preso por tentativa de homicídio, ficou preso por 8 meses, foi libertado. Aos 17 anos, Dhill foi pai da primeira filha, porém o custo de vida no Paraná era alto e como era jovem demais e não tinham muitos recursos acabou voltando para o mundo do crime. Tentaram assaltar a casa de um idoso, que disseram que lá havia um cofre com R$15 mil reais. O cofre de fato existia, mas o dinheiro não. O idoso faleceu, mas a pessoa que havia dito sobre o cofre começou a ser investigado e disse quem era os que estavam envolvidos no assalto.  Todos os envolvidos foram pegos, exceto Dhill que fugiu para Januário novamente.
O RAP
Voltou a morar com o pai. E descobriu que seus irmãos já estavam envolvidos com drogas. Dhill morou com o pai durante 6 meses, casou e foi pai da segunda filha. O casamento não durou muito apenas 4 anos e se separaram. Dhill que nunca gostou de rap, começou a se interessar pelo som, a literatura e voltou a estudar. Conheceu  o grupo Sobrevivência Negra, e passou a compor,conhecer mais a vivência dos grupos de rap. Foi para São Paulo, mas não conseguiu nada na cidade, até que disseram que as composições, as rimas eram mais dos grupos de Brasília. A primeira música que Dhill escreveu foi para sua mãe. Dhill foi para Brasília, conseguiu uma oportunidade de trabalho e foi conhecendo os grupos. Lá conheceu o grupo Liberdade Condicional, e o vocalista era bem humilde, começou a conversar com Dhill, levava-o para as apresentações. Durante um ano Dhill ficou em Brasília fazendo uma espécie de curso introdutório ao Rap.
“Não conseguia ouvir o som dos Racionais Mc’s”, conta Dhill. Começou a ouvir o grupo de São Paulo chamado Faces da Morte. Dhill foi galgando passos até chegar aonde chegou. Envolveu-se com um grupo em São Paulo, que tinham tudo para dar certo, mas quando viram que ele daria qualquer coisa pelo rap, começaram a explorar isso. Foi quando Dhill resolveu montar a banca D.N.H (Dignidade, Noção e Honra), com David Matos que fazia parte do outro grupo de rap.  Conseguiu finalmente ter suas composições gravadas, e conhecidas. Dhill hoje trabalha com cultura na Fabrica de Cultura da Vila Curuça (zona leste).


por Mari Lima da Agência ATO